quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Novas análises

O Doc fez hoje novas análises. Mantém-se tudo bem, à excepção de uma pequena anemia.
Vamos juntar mais um medicamento à caixa.

A nossa rotina alterou-se bastante, e não tenho escrito muito sobre isso porque dói. As manhãs e as noites são repletas de medicação e limpeza da lesão. Os passeios são cada vez menores, quer pelo calor, quer pelo seu cansaço. Passa muitos momentos desconfortável com a lesão, que acredito que lhe doa bastante, porque está em carne viva. Passa outros tantos momentos desesperado com a fome.

Pesa 34,250. Peso no ínicio do tratamento: 37Kg. Confesso que a descida de peso até me alegra um pouco, estava a ficar um pouco gordinho antes de tudo isto. Temo apenas que a descida se mantenha.

Há tantas coisas de que tenho medo... Já me habituei à situação, já não me sinto tão ansiosa como antes, mas ainda mantenho a preocupação inicial, e os medos todos que vêm agarrados ao processo. Monstros escuros, alguns verdes, que me atormentam de dia e de noite. Encontro o conforto nas suas sestas, em que aparentemente está tranquilo, e nos momentos em que parece apreciar os passeios.
Ás vezes apetece-me chorar quando o olho nos olhos.
Mas há tantas outras coisas em que se mantém ele mesmo. Continua a querer comer como se o mundo terminasse amanhã e a roubar comida aos gatos sempre que há uma distracção. Continua a manifestar a sua vontade com uns longos olhares e às vezes uns latidos continuados, próprios de cão que quer e não consegue obter. Queria dizer-lhe que sei o que quer, e explicar-lhe porque motivo não pode ter. Queria explicar-lhe tudo o que se passa, e que compreendesse que estarei sempre ao seu lado.
Os cães não compreendem algumas coisas, por muito que nos esforcemos.

Não deixo de ficar admirada quando, do nada, alguém me pergunta pelo Doc, sem que eu soubesse que a pessoa sabia pelo que estamos a passar. Recebo muitas mensagens de apoio, com carinho e compreensão e, ao contrário do que cheguei a temer, nada de pena. Recebo olhares de admiração, vozes de compaixão. Como eu queria poder partilhar tudo isto com o Doc, e que soubesse que o nosso blog tem seguidores na Rússia, no Brasil, nos EUA, e até na Roménia. Países ainda mais estranhos sucedem-se na lista das estatísticas, e fico sem perceber se é produto de um vírus, ou se é mesmo real. Que temos seguidores um pouco por todo o mundo. Não sei sequer como entendem o que escrevo. Resta-me pensar que a linguagem do amor é universal.


1 comentário:

  1. ... e agora no Dubai... nao consegui parar de "te" ler... força, vai valer a pena ;)

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