terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Ritmo do Doc

O Doc recomeçou a marcar o seu próprio ritmo. E nós, novamente em readaptação.
O Doc sempre foi único: na sua forma de estar, na sua vontade, na sua velocidade e na sua capacidade de se impor.
Várias vezes me venceu pelo cansaço, e é de orgulho ferido, mas sem qualquer grama de vergonha que admito que ainda hoje o consegue fazer. Rio-me demasiadas vezes da sua expressão, do seu beiço trilhado, das suas vocalizações. O Doc é mesmo capaz de comunicar, isso é certo. Creio ter-me esquecido de o ensinar a desistir. Deveria tê-lo feito?

O Doc é muito especial para mim, já aqui o referi vezes sem conta. Ás vezes chateio-me, porque não consigo terminar determinada tarefa apenas porque decidiu que está na hora de ir passear, ou de comer. Com o tempo, fomos melhorando a nossa capacidade de comunicação, e atrevo-me a dizer que já sabe esperar. Não sabe é desistir. Voltamos ao mesmo, voltamos atrás.

Toda a minha forma de entender os cães hoje, e de lidar com eles no quotidiano se reflecte neles, obviamente. E percebo tão bem todas as qualidades que ele tem, às quais um dia chamei defeitos, que hoje nos fazem rir e trabalhar em equipa: Procurar em vez de roubar, esperar para conseguir, acalmar para brincar. Aprendo muito com os meus cães. O Cusca é um excelente professor, dá-me tempo para absorver o conhecimento, reflectir sobre ele, e aplicá-lo. Já o Doc tem um ritmo alucinante.
E, pensando bem, não foi ele que me transmitiu esta rapidez toda?
Sou uma "thinker", não uma "doer" - mas o Doc tem-me ajudado a ser ambos, num peso diferente daquele que seria natural em mim.

Obrigada, Doc.

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